19 de novembro de 2025
Envelhecer, educar e reinventar: uma agenda que abraça gerações
Texto: Valseni Braga, Diretor-Geral da Rede Batista de Educação [...]
Texto: Valseni Braga, Diretor-Geral da Rede Batista de Educação
O tema da redação do Enem deste ano, “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”, nos convida a olhar com mais atenção para um assunto que vai muito além das faixas etárias. Falar sobre envelhecimento é falar sobre a forma como enxergamos a vida, o tempo e o valor das pessoas. É também um convite para refletir sobre a educação como caminho de renovação constante, para todas as idades.
Em uma sociedade que celebra o novo, mas nem sempre reconhece a sabedoria do tempo, o envelhecimento nos recorda que toda experiência é um patrimônio coletivo. Quando a escola valoriza o diálogo entre gerações, ela cumpre um papel essencial: o de manter viva a troca entre o que já foi aprendido e o que ainda está por vir. Educar é também preservar a memória, ouvir quem veio antes e preparar quem está chegando.
A Rede Batista de Educação trabalha a partir de uma visão integral de ser humano, sustentada pelos pilares do corpo, da mente, das emoções e do espírito. Essa compreensão mostra que o aprendizado não pertence apenas à juventude. O corpo muda, mas a mente pode continuar curiosa, as emoções amadurecem e o espírito busca novas formas de servir e de aprender. A verdadeira educação é aquela que acompanha o ser humano em todas as etapas da vida, reconhecendo que o conhecimento é um movimento que nunca se encerra.
Como gestor, aprendi que liderar é cuidar de pessoas. É entender que cada etapa da vida exige uma forma diferente de acolhimento e de estímulo. Liderar educadores, estudantes e famílias é uma tarefa que vai além da administração. É um exercício de empatia, de escuta e de propósito. A boa gestão é aquela que equilibra resultados e relações, eficiência e sensibilidade, números e humanidade.
O tema do Enem traz uma provocação importante. Precisamos rever a ideia de que o envelhecimento é sinônimo de fim e entender que ele é, na verdade, parte do processo de crescimento. Da mesma forma, a educação não se limita aos primeiros anos de vida. Aprender é algo que nos acompanha até o último dia. Quando o conhecimento se une à experiência, o resultado é uma sociedade mais sábia, mais respeitosa e mais solidária.
Educar para o futuro significa, também, educar para o respeito à história. A criança que aprende a ouvir os mais velhos descobre que o tempo é um grande professor. O jovem que valoriza o passado compreende melhor o presente e se torna mais preparado para construir o que virá.
A educação é o terreno onde o futuro é semeado, mas as raízes estão no legado de quem já caminhou. Por isso, o envelhecimento não deve ser visto como peso, e sim como herança. É no encontro entre gerações que a sociedade encontra o equilíbrio necessário para continuar crescendo.
A educação que transforma é aquela que une juventude e maturidade, inovação e memória, fé e sabedoria. E quando isso acontece, o envelhecer deixa de ser apenas uma fase da vida e se torna uma forma de continuar aprendendo, ensinando e servindo.
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