5 de dezembro de 2025
Socioemocional: diligência e autorregulação
Escrito por Márcio Soares* O texto de Provérbios 6:6-11 apresenta [...]
Escrito por Márcio Soares*
O texto de Provérbios 6:6-11 apresenta a formiga como um modelo pedagógico exemplar para o desenvolvimento da diligência, uma virtude indispensável na formação do caráter e no trabalho com habilidades socioemocionais na infância. A imagem da formiga evidencia elementos fundamentais na construção de condutas responsáveis: organização, iniciativa, constância e capacidade de antecipar necessidades.
Na literatura educacional contemporânea, esses aspectos dialogam diretamente com o conceito de autorregulação, entendida como a capacidade que a criança desenvolve de planejar, executar e monitorar suas ações de modo intencional. Esse processo não ocorre de maneira espontânea; ele é favorecido por práticas educativas que incentivam o cuidado com tarefas simples, a atenção aos detalhes e a responsabilidade progressiva diante das atividades da rotina escolar.
Para ilustrar esse desenvolvimento, podemos lembrar o exemplo de Pedro, um estudante que apresentava dificuldade em cuidar de seus materiais. Ao observar a disciplina e a organização de uma fileira de formigas carregando folhas maiores do que elas, Pedro despertou para uma nova percepção de responsabilidade. Em casa, decidiu organizar seus cadernos e lápis e experimentou a sensação de tranquilidade e ordem que nasce de uma tarefa concluída com atenção. Esse tipo de vivência é valioso para a criança, pois possibilita que ela internalize, por meio da prática, valores e comportamentos que fortalecem sua autonomia e seu senso de pertencimento.
Sob a perspectiva bíblica e educacional, a diligência não é entendida como perfeição, mas como disposição de cuidado. Cada pequena tarefa bem realizada contribui para o desenvolvimento de competências socioemocionais importantes, como perseverança, responsabilidade e autoconfiança. Quando a criança aprende a realizar suas atividades com cuidado e propósito, ela estrutura bases sólidas para escolhas mais maduras ao longo de sua trajetória escolar e pessoal.
Ao utilizarmos a metáfora da formiga no contexto pedagógico, oferecemos ao professor uma ferramenta significativa para fomentar conversas sobre disciplina interior, esforço contínuo e compromisso com o bem comum. Pequenas práticas de cuidado, quando repetidas, moldam o caráter e preparam o estudante para desafios mais complexos no futuro. Assim, cultivar a diligência é contribuir para uma formação integral que abrange tanto competências acadêmicas quanto valores essenciais para a vida.
Na Rede Batista de Educação, entendemos que desenvolver o aspecto socioemocional das crianças passa por cultivar pequenos hábitos de cuidado. A imagem da formiga nos lembra a importância da diligência e da autorregulação, virtudes que aparecem quando a criança aprende a organizar seus materiais, cumprir uma tarefa com atenção ou assumir responsabilidade por algo que é dela. Assim como Pedro, que descobriu o valor da organização ao observar a disciplina das formigas, nossos estudantes vão percebendo, no dia a dia, que essas atitudes trazem tranquilidade, fortalecem a autonomia e ajudam na construção de um caráter firme e consciente.
*Márcio Soares – gerente executivo do Instituto Hexis – Programa Bene:) Formação Ética e Socioemocional
Posts Relacionados
Assine a newsletter da
Rede Batista de Educação



